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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Castlevania: Lords of Shadow 2 traz elementos clássicos e permite jogar como Drácula

Castlevania: Lords of Shadow 2 é uma das últimas grandes aventuras desta geração, dando sequência ao trabalho da espanhola Mercurysteam em reimaginar a recorrente série de jogos da Konami. 


Os fãs da minissérie têm um motivo em particular para ficar animados: cerca de dois terços de nossa experiência de jogo explorou o que acontece depois do inusitado epílogo do Lords of Shadow original, o que significa que o game te leva a cenários bem distantes do clássico castelo do Drácula. A trama de fato se divide entre duas eras distintas: em uma, mais puxada para o estilo clássico de Castlevania, o personagem deve enfrentar a fúria de sua própria morada e de seus servos; em outra, você joga com o Drácula que precisa reunir forças para evitar que a Terra seja tomada por forças infernais.


Com o salto, o jogo também integra um time interessante de personagens: além de Alucard (Symphony of the Night), a Konami também já confirmou a presença de Victor Belmont (do cancelado Castlevania: Ressurection) e Carmilla (Simon’s Quest, Rondo of Blood).


Para quem é novo ao revival, um pouco de paciência vai ser necessário. Depois do tutorial e do primeiro embate épico com uma máquina de guerra medieval (falamos um pouco sobre essa parte em outra prévia), o jogo descamba para uma exibição narrativa que engloba os dois jogos da série, mas pode cansar com facilidade, especialmente porque tudo é narrado em cima de artes animadas em estilo flash, sem o jeitão dinâmico do Lords of Shadow original.

De fato as duas horas iniciais são mais lentas do que se esperaria – depois do tutorial cheio de ação, contamos apenas quatro momentos de combate – e ainda não fazem um bom trabalho em explicar o que está acontecendo. As viagens temporais e aparições de personagens secundários parecem não fazer qualquer sentido.


Como em outros Lords of Shadow, o combate continua sendo a estrela da vez. É sim inspirado em God of War, mas tem seu tempero próprio: dois botões controlam, cada um, ataques de dano individual ou em grupo que, usados em combinações variadas, rendem combos distintos.


Desta vez Drácula tem acesso a três armas: além do chicote, a Void Sword (que recupera sua vida a cada golpe dado) e a Chaos Claws (útil para abrir defesas), que podem ser trocadas em meio a combinações com simples cliques dos botões superiores. A troca, entretanto, é governada por uma barra de magia que, se estiver vazia, trava as opções de ataque de Drácula apenas ao chicote.

Pode parecer desnecessariamente taxativo de início, mas funciona graças a um sistema bem engenhoso. Para preencher seu poder mágico, Drácula precisa primeiro completar uma barra de Focus, que é enchida com cada golpe que você der no inimigo sem ele conseguir te atingir. Depois de completada, cada acerto libera orbes que podem ser capturados com um clique da alavanca e trocados por magia.


É uma dinâmica que te obriga a ficar mais atento ao minuto a minuto da ação, e pode se provar um pouco mais desafiante que God of War. Dito isso, as três armas parecem não ter diferenças tão gritantes entre si nas primeiras horas (nenhuma é mais apta a atingir um único adversário, ou ser mais veloz, por exemplo). Você pode evoluí-las individualmente e ter acesso a novos combos únicos, então é esperar pra ver.


Apesar de pegar leve na pancadaria, os momentos mais calmos de Lords of Shadow 2 mostraram algumas boas ideias. Como Drácula, você tem acesso a poderes familiares para quem acompanha a saga. O príncipe das trevas, por exemplo, pode se transformar em outras criaturas, uma novidade que dá espaço, pela primeira vez na série, a momentos de ação furtiva. Em pontos delimitados do mapa, Gabriel pode se transformar em um rato, que passa desapercebido por patrulhas inimigas, atravessa grades de ventilação e rói fios elétricos.

A capacidade de usar um grupo de morcegos para distrair oponentes e o poder de possuí-los – as custas de sua própria barra de vida – completam o pacote na hora de se esgueirar pelos cenários. É tudo muito recortadinho e há apenas uma saída para toda situação, mas pelo menos pode servir como um bom exercício para a cabeça.

Mais para frente no jogo, Drácula pode gastar certos itens encontrados pelo cenário para se transformar em um dragão gigante, capaz de limpar a tela de inimigos com a mesma voracidade que power ups mais explosivos de "beat'em up" da velha guarda.


As duas horas de Lords of Shadow 2, então, mostram um jogo de ação que, senão exatamente genial, não tem medo de mexer na receita com pegadas do velho e do novo. Embora não seja muito aberto, o design de fases é um pouco mais convidativo à exploração que o primeiro: em um dos cenários, estávamos quebrando a cabeça para tentar passar por um guarda quando sem querer disparamos uma faca contra um item do cenário que permitia passagem para uma área nova e para um outro desafio que nos presenteava com um upgrade de vida. Passamos também por uma bifurcação em que um dos caminhos era apenas acessado com o uso de uma habilidade futura.


Outras novas são também bem-vindas: agora é possível encontrar pontos do mapa que carregam sua magia automaticamente, uma adição que casa bem com a decisão de não mais dividir o jogo em fases. Para fechar, Lords of Shadow 2 esconde uma surpresa no menu: a possibilidade de jogar sem QTEs (os já famosos momentos em que você precisa apertar uma série de comandos para realizar uma ação ou executar um inimigo). O resultado não é exatamente revolucionário – com a opção ativada, as animações apenas ocorrem automaticamente – mas é sem dúvida bom contar com algo assim. Castlevania: Lords of Shadow 2 chega para PS3, Xbox 360 e PC em fevereiro.

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