Gran Turismo 6 pode ser um pouco assustador para um jogador novato, habituado por outras franquias ao estilo arcade de corrida, devido ao seu realismo exacerbado.Por esses motivos, é preciso entender de física e de mecânica para ter a maior diversão em Gran Turismo 6. Confira a lista com as melhores dicas para evoluir no game.
Em Gran Turismo 6, seja pela beleza, potência ou custo-benefício de cada um, a escolha do carro é só 50% do processo. Não adianta ter uma Ferrari das mais possantes e ser um piloto inexperiente. Depois de ter o melhor equipamento, o jogador ainda precisa entender como ele funciona. Se tornar um com seu carro, entender da mecânica básica a cada pequena mania. Seus 1.200 carros, já bem difíceis de escolher entre eles, funcionam de forma bem diferente um do outro: enquanto um Viper GTS ou uma Ferrari F40 vai rodar como um touro enfurecido em um pisão mais forte, exigindo delicadeza, a BMW Motosport conseguirá entregar uma aceleração similar com muito mais tranquilidade. Veja mais dicas abaixo.
Use os gatilhos!
É uma dica simples, mas inescapável: antes de tentar qualquer estratégia ousada ou recorrer ao carro mais estável, reconfigure os comandos do jogo para acelerar e brecar usando os gatilho R2/L2. Talvez por tradição, talvez para não destoar muito dos jogos arcade, a Polyphony opta por deixar a acelerar e o breque nos botões da frente do DualShock, que não são capazes de distinguir pressão. Isso é péssimo, pois a aceleração ou breque instantâneos, a 100% da potência, são a forma mais fácil de desestabilizar um carro.
Ao substituí-los por botões que percebem a força com que são apertados, o jogador abre a possibilidade de fazer essas ações de forma progressiva, sem dar solavancos no centro de pressão do veículo. Na nova física de Gran Turismo 6, especialmente, o ato de brecar de repente é punida com violência, fazendo o carro se tornar um grande tijolo escorregadio, e a aceleração bruta vai fazer os carros mais velozes darem grandes cavalos-de-pau.
Não tenha vergonha de usar as assistências de direção
De forma parecida com o item anterior, essa dica tem a ver com configuração. O jogo, em sua versão inalterada, vem com uma série de assistências ligadas, entre controles de tração, freios ABS, distribuição de torque e outros. Há muitos jogadores, no entanto, que encaram esses itens como uma espécie de trapaça, mas esse não é o caso: Gran Turismo 6, tendo sido pensado como simulador, foi inicialmente desenhado para ser jogado com volantes com force feedback como o Logitech G27.
Ao jogo foram incorporadas assistências de todo tipo, mais tarde, porque o controle de videogame traz consigo muitas limitações de interface, que só seriam possíveis num cockpit muito caro. É evidente que algumas ajudas, como o traçado no asfalto ou o freio automático, foram pensadas com um público mais casual em mente, mas a configuração básica dá pouco respiro em relação ao volante.
Todo carro é diferente
O jogo conta com 1.200 carros. Esse não é só um número bonito para colocar na contracapa do jogo. Apesar das muitas repetições, cada modelo de carro funciona de um jeito único nas pistas. Fatores como forma de tração, potência, peso, distribuição do centro de gravidade e do torque, tipo de pneu, aerodinâmica, clivagem das rodas, distância entre eixos, tipo de aspiração, funcionamento do turbo, entre centenas de itens, fazem com que cada modelo seja inigualado no asfalto.
Mesmo dois carros com os mesmos Pontos de Potência podem ter direções completamente diferentes, e a dica é testar: se um carro torna a competição difícil, tente outro. Sem dúvida, em algum momento você achará o carro perfeito para você, que responde aos seus comandos como você imagina. É mágico.
Não deixe nenhuma roda fora da pista
É comum para jogadores do jogo de corrida no estilo arcade que encarem o acostamento como um atalho fácil no momento da ultrapassagem, pois esse tipo de jogabilidade muitas vezes ignora a física alterada do terreno. Em um simulador, no entanto, sair do asfalto pode ter consequências trágicas, seja pelas regras da competição ou pelas implacáveis Leis da Física.
A primeira parte desse problema é simples: muitas corridas, na vida real, dão punições de diversos graus para pilotos que saem do asfalto, a maior delas sendo a desclassificação na competição; a segunda, por outro lado, é bem mais complexa: ao sair do asfalto, tudo o que você entende sobre seu carro vai pela janela.
Quando as quatro rodas estão no chão firme, o comportamento do carro é previsível, mas quando há diferença de atrito entre os pneus, eles começam a agir como remos batendo em ritmos diferentes. Especialmente em momentos de brecagem, o carro terá uma boa chance de rodar ou de, no mínimo, perder a estabilidade. Mesmas as zebras, que teoricamente são parte do asfalto, oferecem esse risco por alterarem a altura de um dos lados do carro. A melhor opção é sacrificar velocidade para se manter com os quatro pneus colados no asfalto.
Freie em etapas e use os pneus adequados
O que para o carro, no momento da brecagem, é o atrito com pneu com as pastilhas do freio, que consequentemente é transmitido para o chão. Em breques fortes, no entanto, o carro começa a deslizar pelo chão, significando que, por mais que o piloto pressione o pedal do breque, o sistema perdeu a capacidade de transferir a fricção das pastilhas. Em palavras simples, frenagens violentas transformam o carro num sabonete.
Para evitar que isso aconteça, há duas opções: ou se liga o freio ABS, que impedirá o travamento das rodas pelo uso do computador, ou se freia em etapas, aplicando força no breque progressivamente. O sacrifício de velocidade vale mais do que a possibilidade enfiar o carro na parede ou vê-lo voar para fora do percurso. Não se esqueça, também, de equipar na máquina um pneu que seja suficiente para inverter o torque do motor. Se houve força demais rodando os eixos no momento da frenagem, o único modo de cancelá-la será com um pneu que aguente a inversão de sentido sem perder o atrito.
Via de regra, quanto mais mole for a borracha, mais torque ela aguentará, mas um pneu desses materiais exigirá maior número de trocas e poderá até reduzir a velocidade máxima, se for grudento demais.
Vire o carro em etapas
A virada funciona de forma parecida com a frenagem no mundo real: se o piloto tentar fazê-la de uma vez, vai fazer o carro girar ao redor de si mesmo. Isso acontece porque, no momento da curva, o que precisa ser reorientado é o centro de gravidade do carro, e não a direção do bico.
Para que isso aconteça de forma suave, é preciso acompanhá-lo, inclinando-o de forma macia, sem solavancos, de modo que nenhum dos dois lados receba mais peso que o outro. Na prática, isso se traduz em uma curva gradual, com uma leve embicada no começo, um respiro e só então a virada de fato. Para melhores resultados, tente não manter a aceleração lateral por muito tempo, dando leves respiros para que o carro se realinhe.
Na transmissão manual, preste atenção na rotação
Dirigir em marcha automática é a opção da maioria, e com razão: é um setor em que a facilidade de errar é grande para o jogador inexperiente e as recompensas são invisíveis. Não é verdade, porém, que não há motivos para usar a embreagem manual, pois o uso inteligente das rotações do motor pode significar um ganho expressivo na aceleração, até um pouco injusto. O princípio por trás disso está no fato de que todo carro tem um nível de rotação do motor em consegue entregar mais torque que no resto, “empurrando” o carro com mais vigor.
O câmbio automático, por melhor que seja de usar, simplesmente aguarda o limite das rotações chegar para passar para a próxima marcha, reduzindo drasticamente as rotações, enquanto o câmbio manual dá ao piloto a possibilidade de manter as rotações onde ele desejar. Se um carro tem o pico de torque perto das 7.000 RPM, por exemplo, o jogador pode segurar as marchas por mais tempo, aproveitando essa zona para ganhar alguns metros de vantagem a cada troca. Ao longo de uma corrida mais longa, faz uma baita diferença, se o piloto souber usá-la corretamente, claro.
Upgrades no carro nem sempre são bons
É uma mania vinda dos tempos do Atari, essa, de que o carro só pode ficar melhor a cada upgrade, e jogos de corrida arcade só reforçam essa ideia linear de melhoria. Mas isso não chega perto da verdade – de fato, em um simulador, a compra de uma peça mais cara pode às vezes detonar a performance do carro.
É o caso dos pneus grudentos demais, como mencionado acima, ou de discos de embreagem que acabam reduzindo a potência do carro ao cortar o pico de rotações. Reduções de peso, outro exemplo clássico, dão a entender que aumentarão a aceleração do carro, mas podem ter um efeito colateral grave durante colisões com outros carros, e um kit de transmissão avançado mal configurado pode diminuir severamente a velocidade máxima de um sistema.
Um item, em particular, merece atenção redobrada: os kits de turbo, que induzem àquele pensamento consumista, são na verdade feitos para coisas diferentes. O de baixo rotação, mais barato, não é mais fraco, mas concentra sua performance no início das marchas – ideal para pistas curtas ou com curvas muito apertadas; o de alta rotação, oposto, só vai dar seu melhor em grandes RPM, atingidas normalmente em retas de centenas de metros.
Isso significa que aquele turbo que é muito caro, para circuitos urbanos não vai fazer diferença. Para escolher a melhor opção, é preciso observar o comportamento do carro e ver em que nível de RPM ele fica por mais tempo. A moral da história é: antes de comprar cada item, leia a descrição dele, pois ali estará informado sua verdadeira utilidade. Esqueça os preços.
Brinque com os upgrades para ter carros superqualificados
A ideia de Pontos de Potência (PP), introduzida anteriormente em Gran Turismo para limitar a performance dos competidores em cada corrida, faz um bom trabalho em manter a seleção do carro simples, mas abre muitas brechas para superqualificação, se aproveitada de forma correta. Os PP não têm a ver com potência, apenas, mas com todos os fatores que influenciam a performance de um carro, de seu peso até o tipo de aspiração que usa.
Isso, na prática, se transforma na possibilidade sacrificar itens secundários do carro, como escapamento ou câmbios de marchas customizadas, para focar os PP restantes em força bruta, tornando a competição bastante injusta. De fato, o próprio jogo oferece uma customização automática que direciona todos os pontos disponíveis para potência, e não é preciso nem sair do menu de tuning.
Não gaste seu dinheiro com carros
A não ser que você os queira, é claro. A decisão por parte da Polyphony é questionável, mas o estúdio decidiu incluir no Modo Carreira alguns presentes bem generosos para quem conseguir os troféus de ouro em determinados desafios. Esses carros, por si só, serão mais que suficientes para que o jogador jogue da primeira à última corrida sem gastar um tostão com uma máquina.
No momento, conseguimos contar 48 carros espalhados, que vão de pequenos karts a integrantes da Fórmula 1, e novos eventos sazonais continuarão a juntar mais brindes ao cardápio. O modo GT Vision, especificamente, promete dar supercarros gratuitamente. A coisa sensata a se fazer é guardar esse dinheiro para fazer upgrades ou comprar aquele sonho de consumo.
Para maximizar o uso do tempo, faça os desafios apenas no final
As missões paralelas ao jogo, apesar de serem um passatempo divertido entre um circuito e outro, não são a melhor forma de progredir. Muitas vezes, elas têm dificuldade elevada, dão poucos créditos e muitas não oferecem carros como recompensa, agindo mais como distração do que como atalho.
Isso não se aplica às licenças, porém: para quem conseguir ouro em todos elas, o jogo garante um carro que será muito útil nas corridas do próximo estágio. Por diversão e para os maníacos por troféus da PSN, no entanto, conseguir ouro nessas façanhas será um pós-carreira que muitos jogos de corrida simplesmente não oferecem.
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