Como foi criado Toren?
“Foi apenas uma equipe e não é uma super produção. Por muito tempo foram apenas nós quatro da Swordtales (Alessandro Martinello, Conrado Testa, Luiz Alvarez e Vitor Leães), mas chegamos a ter ajuda de nove pessoas ao longo do projeto”, diz Alessandro, que joga videogame desde os três anos de idade, em um Atari 2600. Ele explica também que o jogo aborda a história de uma garota que cresce tentando sair de uma torre. Segundo os criadores, o game é uma espécie de “poema épico” e bastante visual.
Toren reflete parte dos gostos do diretor de arte. “A mecânica do jogo foi baseada em adventure games em 3D, como The Legend of Zelda: Ocarina of Time. A história vem dos filmes de Hayao Miyazaki, como A Viagem de Chihiro. Durante o desenvolvimento, usamos uma linguagem minimalista que lembra os games do Team Ico, como Ico e Shadow of the Colossus, diz o desenvolvedor. O projeto buscou em ícones consagrados da indústria de entretenimento inspiração para criar um jogo que se destaque no cenário brasileiro.
Outro ponto que chama a atenção é que Toren foge do estereótipo de herói masculino, tão explorado nos games, e apresenta uma protagonista feminina. A heroína supera inúmeros desafios durante a aventura e inclusive enfrenta monstros grandiosos, como um dragão.
O jogo está em desenvolvimento desde 2011 e Alessandro Martinello ainda não deixa claro quando o game realmente chegará aos jogadores. “O jogo estará disponível para o público quando acharmos que é a hora, ou seja, quando ele completar três anos de produção como normalmente são com jogos polidos”, diz o desenvolvedor.
Então, se você está aguardando Toren, provavelmente terá que esperar até 2014.
Já sobre o impacto da Lei Rouanet no projeto, Alessandro explica: “O projeto conseguiu uma arrecadação de imposto de empresas pela lei em um total de R$ 370 mil. Deste valor, R$ 100 mil já foram doados ao projeto”. O financiamento de Toren vai contra a declaração pública da ministra da cultura, Marta Suplicy, de que “games não são cultura”.
Cenário de games no Brasil
“O cenário de jogos em nosso país só vai crescer. No entanto, ainda estamos pagando pra ver se brasileiros compram games bem feitos de seu próprio país. Até agora, os números de outras empresas, mesmo com jogos que são sucesso internacional, têm sido infelizmente irrelevantes”, afirma Alessandro. Para o desenvolvedor, o brasileiro precisa enxergar a importância de sua própria indústria para investir nela.
Jogos como expressão artística
Após jogar vários consoles de todas as gerações, Alessandro Martinello decidiu investir em uma carreira totalmente dedicada aos games digitais. “Decidi criar jogos, porque estava descontente com outras mídias e suas visões pobres e limitadas do que é arte. Nos games, isso ainda me parece uma incógnita desprovida de preconceitos. Por isso, eu posso experimentar e fazer a arte que acredito ser superior”, explica.
Por que lançar um trailer agora?
“Disponibilizamos o trailer agora porque era obrigatório para a IGF (Independent Games Festival). Esse é o maior festival de jogos independentes do mundo”, explicou Alessandro. A edição de 2014 do IGF ocorre em São Francisco, na Califórnia, entre os dias 17 e 21 de março do ano que vem.
Veja abaixo o vídeo que eles prepararam para exibir o game nacional no festival norte-americano.
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